10. CANÇÃO DA TECEDEIRA

Canção da Tecedeira
(Zeca Medeiros)

Quem teceu esta lonjura
Nos labirintos do mar eterno
Neste sol de pouca dura
Num sol tão breve de um longo inverno
Este cântico sombrio
Traz um queixume um desalento
É um carrossel vazio
Num lento e triste movimento

Deste mar encapelado
meu coração é prisioneiro
É um barco alucinado
que se perdeu no nevoeiro
Sempre que a noite regressa
a respirar melancolia
Vens tecer uma promessa
Urdir a tua tapeçaria

(refrão)
Vais tecendo ó tecedeira
Um segredo no tear
Um silêncio ó tecedeira
Que eu quero desvendar
À flor da terra, à flor do mar… à flor da terra, à flor do mar.

Num amor desencontrado
Canções que o tempo não esqueceu
Hás-de ser meu chão lavrado
Sei que nem tudo se perdeu
Voa, voa... garajau
Vem desenhar num golpe de asa
Resgatar a minha nau
Que naufragou na maré vaza

(refrão)